Cidade Iluminada


Noite em Las Vegas
Os anjos caem hoje
É bom pra dar uns pegas
A minha garota perfeita
Entra no meu carro
E no banco se deita
Eu vejo o ar
As luzes vão dançar
A noite vai voar
É dia de amar
Ser infeliz
É não lembrar
Do chafariz
Onde estávamos a cantar

[Refrão]
Tô assim
Porque eu ganhei um novo automóvel
Feliz assim
Por ter um par de seios afável
E é assim
Que eu vejo a luz dançando em meio ao ar
Só peço que diga que sim
Quando eu te agarrar

Me vejo um demônio
E nela eu vejo um anjo
Pra ela eu toco meu banjo
Tô no meio da estrada
A gasolina acabou
A câmera ta fechada
Mas o filme não queimou
E com aqueles dois açudes
Tão perfeitos que ela tem
Quase me faz engasgar
Vem lamber minha ferida
Você ta aqui pra sempre
Minha doce querida

[Refrão]

O solo que eu vivi
A muito tempo atrás
Las Vegas é aqui
E é aqui que encontro a paz

O Homem e O Espelho

Quando conseguir tudo que quiser
Na luta pela vida e o mundo fizer
De você, rei por um dia
Olhe pro espelho e ouça a voz que batia
Porque serão seu pai, sua mãe ou mulher
Que vão absolvê-lo do que você fizer
Mas o veredicto da sua vida
Será o da imagem que você fita

[Refrão]
Olhe pro espelho e você verá
O que tem que fazer pra te agradar
Olhe pro espelho e você vai ver
Que o mais importante é agradar você

Alguns podem julgá-lo ser um modelo
Maravilhoso, mas é o espelho
Que dirá: você é um impostor
Se dentro dos seus olhos ele não puder olhar
Pouco importam as pessoas porque
É o espelho que você deve agradar
Pois será ele que ao seu lado ficará até o fim
Até o fim ficará

[Refrão]

Na estrada da vida
Você pode enganar o mundo inteiro
E até ganhar companheiro
Tapinhas nas costas e tudo mais
Mas o espelho é bem mais sagaz

[Refrão]

Meu Doce de Sucesso

Ela está no lugar difícil de chegar
Em que eu sempre estive a sonhar
Será que um dia, será que um dia
Ela vai me encontrar

Sei, ela nem me conhece
Mas com isso não me importo
Sua música é bela
E eu escuto, absorto

Sei que seria bom tê-la ao lado

Pois até que esse é o meu sonho
E foi o dela também, eu suponho
Mas como seria, seria estar lá
Onde ela já está

Estou de um jeito que sei
Que eu vou ao lado
Mas é difícil, ela sabe
É um sonho complicado

Seria bom se ela estivesse ao meu lado

Mas é ela que eu quero
É de quem eu preciso
Porque essa voz é sensual
E é a que quero no ouvido

Seria bom tê-la ao lado
Não, nem é tão complicado

Os Porcos Comem Tudo

Estou cansado dos porcos
Eles comem meu dinheiro
Onde estão os porcos
Sempre sobra o seu cheiro
Em cima do país
Eles babam a nós mesmos
Cortar pela raiz
Ou aguentar sempre os mesmos

[Refrão]
Cadê a dignidade
O porco comeu
Cadê a sociedade
Outro porco comeu
Já tem tantos iguais
Só querem sempre comer mais
E porque não fico mudo?
É que os porcos comem tudo

O que eu posso fazer? Nada
O que eu posso dizer? Nada
E o que eu posso poder? Calar a boca, ficar quieto
E isso até quando? Não interessa, fica quieto

Eu não suporto os porcos
Sua lavagem fede a podre
Comem isso, são porcos
Somos nós que estamos lá
Porque são eles os porcos
Grandes e nada nos dá
Tudo por causa dos porcos
Que comem para matar

[Refrão]

E já tem tantos iguais
Só querem sempre comer mais
E porque não fico mudo?
É que os porcos comem tudo

Você Não é Minha

Eu vejo a cidade
Em pé, em cima do muro
De dia é bem claro
De noite é escuro
E passeando por aí
Vi que você não serve mais
E mesmo com arranha-céu
Posso te ver lá no bordel

Aqui dentro do barco
Eu sinto um enjôo
Sabendo que aqui você está
Me mato de tanto nojo
Prefiro limpar o convés
Do que te comer antes das dez
E mesmo com o imenso mar
Posso te ver lá no bordel

[Refrão]
(Saia) Não vem pensando que eu sou seu
(Saia) Cê já tomou tudo que é meu
(Praga) Agora eu to bem mais sagaz
(Morre, garota) Porquê aqui, você não entra mais

Aonde quer que eu vá
Eu vejo seu fantasma (Boo)
Nem exorcismo, nem macumba
Pra me livrar de você, sua P...
Agora você vai pro inferno
Não podes mais provar meu mel
E mesmo dentro do meu quarto
Posso te ver lá no bordel

Era dentro desse quarto
Que eu te consumia
Te levava à loucura
E de lá você não saía
Agora cê ta marrenta
Mamãe não quer ver mais você
 Se eu balançar lá da janela
Lá do bordel cê vai poder ver

[Refrão – 2X]

Coisas Estranhas

[Refrão]
De um jeito amoroso, de um jeito estranho
Às vezes como festa e outras, tristes
Mas toda vez que acontecia era como um ato
Normal da vida

Esse ia pra sempre em festas
Divertia e se fazia acontecer
Se vestia tal cavaleiro nobre
Mas voltava estrambelhado por prazer
Se sentia o tal
E fazia o igual
Mas um dia viu o resultado de uma tentativa
De suicídio de sua mãe, agora inativa
Estirada no chão
Com uma faca na mão
Viu a mãe morrer nos braços e por misericórdia
Se matou com uma cara não muito sóbria

[Refrão]

A outra fala de amor, de paz e harmonia
A alma do seu grupo, diz que vai em alegria
Todo ano tem festa, fazem excursão
Torra todo dinheiro pra pagar o busão
Volta sempre alegre
Gosta de ser herege
Mas o que sempre acontece é um fracasso total
Só bebe, come e mente, não sabe o afinal
Diz que foi muito bom pros outros
Fala de um alvoroço
Mas digo que ela é mais feliz quando está mentindo
Que quando está no mato triste com um riso fingido

Esse mundo se revela em entranhas
Gente simples com umas dificuldades tamanhas
Não é no escuro que se escondem as coisas estranhas
O medo esvai em travesseiros e lençóis de camas

Doce Sonho Mal

Vem caindo a noite
E a vontade de fugir é grande
O dia inteiro é noite
Nesse Inferno de Dante

Sem poder sair eu fico
É por isso
É só por isso que eu fico
Morro de saudades de casa
E o tempo não passa
E o tempo não pára
E continuam rindo da minha cara

O inferno é quente
As luzes são negras
As sombras mais ainda
A dor é forte
E a viagem é só de ida

Não posso voltar
Não posso parar
Não tenho pilares
De sustentação
Não quero pensar
Que venha o que vier
Vejo lá no fim do túnel
Uma doce mulher

Doce ilusão
A rasteira me passou
Fui cair nessa besteira
A mulher, a minha alma roubou

Morrer Por um Amor

Luzes brancas
Bip terminal
Sangue na boca
Ossos pra fora
Sinto um nada na pele seca
só minha amada na cabeça

[Refrão] 2X
Dói, destrói
Rói, corrói

A baba lubrifica meus lábios
A maca conforta meus pulmões
Flashes da minha vida são rápidos
Não lembro mais das convulsões
A quantas horas, dias ou anos
não faço mais nenhuma canção
Eu lembro do som de um piano
Que ainda ouço no meu coração

[Refrão]

Fome grande
Rasgos, sangue
Uma voz range
Perdi por um bangue

Barbas me lembram o rosto de quem me tirou a vida
Mas não quero o gosto de vingança corrida
Quero ver devagar a morte desse vagabundo
Que acha que vai chegar em um maravilhoso mundo
Eu não vou deixar ele tomar tudo que tenho
E eu vou queimar aquele desenho
A cama rangendo tenho que ficar ouvindo
O sol está cedendo o escuro não é bem vindo
Ele comendo minha mulher enquanto eu tô no porão
Com baratas que sinto subirem na minha mão
Agora o grito final de dor ou satisfação
Um passo em cada degrau contam meus dedos da mão
A porta abre a luz entra
Na minha frente ele se concentra
De novo forço a corrente
O coração e a arma quentes

[1a Parte]

Expectativa

A vida se foi num clarão, como um cometa
E eu fico só

Os melhores amigos se casaram
E as primeiras musas
Perderam o que guardavam nos olhos
Apenas eu fiquei estático
Olhando o mundo que se passava
Os momentos não me pertencem mais
Pois ainda guardo no peito meu mundo
Desmaterializado pelo tempo

E um outro mundo que não é o meu
Ofusca os meus olhos estáticos,
e não o sigo
Nem um passo sequer
Estou longe dessa velocidade

Por isso este lugar e esta distância
Por isto essa indigna ignorância
Por isso esse pássaro sem ninho
Por isso o vento e o moinho